A classificação de cães por porte é bastante comum no mundo da cinofilia, principalmente para definir o tamanho dos animais dentro de uma mesma raça. Contudo, algumas raças adotam uma nomenclatura numérica específica, como porte zero, porte 1, porte 2 e assim por diante, gerando dúvidas em tutores e interessados. Neste artigo, você vai entender o que significam essas classificações, por que surgiram e quais raças mais utilizam esse sistema.
O Que Significa a Classificação Numérica de Porte dos Cães?
Diferente das categorias amplas conhecidas como pequeno, médio e grande porte, algumas raças adotaram uma subcategorização numérica para indicar variações ainda mais específicas no tamanho dos cães. Termos como porte zero, porte 1 ou porte 2 são formas de diferenciar cães que, embora pertencentes à mesma raça, possuem diferenças sutis em altura, peso, bem como estrutura corporal.
Essa classificação tem como principal objetivo facilitar a escolha do pet ideal para diferentes perfis de tutores e famílias, considerando fatores como espaço disponível, estilo de vida e cuidados necessários.
Quando e Onde Surgiu Essa Classificação: Porte dos Cães
A nomenclatura por números começou a ser popularizada no Brasil por volta dos anos 2000, especialmente no comércio de raças de companhia de pequeno porte. Com o aumento da procura por cães de colo ou adaptados a apartamentos, criadores passaram a adotar termos como porte zero ou até porte mini como forma de valorizar cães ainda menores que o padrão já considerado pequeno.
Apesar de não ser uma classificação oficial reconhecida por todas as entidades de cinofilia, como a FCI (Federação Cinológica Internacional), ela ganhou força em canis especializados e grupos de redes sociais voltados para adoção ou compra de filhotes.
Por Que Essa Classificação Ganhou Popularidade
O principal motivo para a popularização desse sistema está ligado ao comportamento do potencial adotante. Com a urbanização e a vida em espaços cada vez menores, a demanda por cães de companhia adaptáveis a apartamentos cresceu significativamente. Assim, termos como porte zero passaram a indicar um diferencial atrativo: cães extremamente pequenos, leves e “fáceis” de lidar.
Além disso, o apelo estético dos “mini pets” também contribuiu para o sucesso dessa nomenclatura, especialmente entre celebridades e influenciadores que passaram a exibir seus cães em bolsas e ambientes urbanos sofisticados. Aliás, essa prática de andar com o animal dentro da bolsa, como se fosse chaveiro, não prioriza o bem estar do animal. Animal não é adorno, objeto de ostentação e tampouco brinquedo.
Principais Raças Que Utilizam a Classificação Numérica de Porte
Nem todas as raças aplicam essa subdivisão, mas algumas são bastante conhecidas por usar essa nomenclatura. A seguir, listamos as principais:
Poodle
O Poodle é uma das raças mais populares com essa classificação. Por isso, é muito comum encontrar anúncios de Poodle Micro Toy (porte zero), Toy (porte 1) e Mini (porte 2). Essas variações indicam tamanhos distintos, sendo o porte zero o menor deles, muitas vezes com menos de 2 kg.
Spitz Alemão (Lulu da Pomerânia)
O Spitz Alemão é outra raça que possui essa classificação. É comum vermos Spitz Anão (porte zero), Spitz Pequeno (porte 1) e até variações extra pequenas chamadas de micro. Essas denominações, embora não oficiais, são muito populares no Brasil.
Yorkshire Terrier
O Yorkshire também utiliza frequentemente essa nomenclatura, com subdivisões como Porte Zero, Porte 1 e até o controverso Micro York, que seria menor ainda que o padrão Toy.
Shih Tzu
Embora menos comum, também há registros da utilização de porte zero e porte 1 para diferenciar os tamanhos dos Shih Tzus.
Maltês
No caso do Maltês, o porte zero indica animais extremamente pequenos, geralmente com pelagem longa e branca, ideais para companhia em espaços reduzidos.
Consequências da Miniaturização na Qualidade de Vida dos Cães
Ao reduzir artificialmente o tamanho dos cães por meio de cruzamentos seletivos extremos, muitos criadores acabam comprometendo a qualidade de vida desses animais. Cães miniaturizados tendem a apresentar maior incidência de problemas como hipoglicemia, hidrocefalia, colapso de traqueia, fragilidade óssea e dificuldade de termorregulação. Além das complicações físicas, o confinamento constante e a superproteção, comuns nesses casos, também podem afetar negativamente o comportamento e a saúde emocional dos animais. É fundamental que tutores estejam cientes de que o tamanho reduzido pode vir acompanhado de sofrimento, exigindo cuidados veterinários contínuos e um ambiente adaptado para minimizar riscos.
Considerações Importantes
Apesar de ser popular, essa classificação não é padronizada por entidades oficiais, o que pode gerar confusões. Muitos criadores sérios seguem os padrões da raça definidos por entidades como o CBKC (Confederação Brasileira de Cinofilia) e a FCI, que não reconhecem oficialmente essas subdivisões numéricas. Portanto, ao procurar por um filhote classificado como porte zero, é fundamental investigar a procedência, a saúde do animal e se não há exageros genéticos que comprometam o bem-estar do cão.
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Fonte: Royal Canin