Cordectomia é Mutilação: É Prática Criminosa

cordectomia é mutilação, nada mais é que procedimento cirúrgico de retirada das cordas vocais de um animal. Trata-se de uma cirurgia que remove parcial ou totalmente as cordas vocais de cães e gatos com o objetivo de reduzir ou eliminar seus sons naturais, como latidos e miados. A comunidade veterinária e especialistas em bem-estar animal consideram essa prática uma mutilação abominável, pois ela interfere diretamente na capacidade de comunicação dos animais e provoca sérias consequências físicas e psicológicas.

Implicações Éticas e Legais

No Brasil, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) proíbe a cordectomia por meio das Resoluções nº 877/2008 e nº 1.027/2013. Essas normativas impedem que profissionais realizem cirurgias desnecessárias ou procedimentos que limitem a expressão dos comportamentos naturais dos animais, como latir ou miar.

Além disso, a legislação brasileira classifica a prática como crime ambiental. O artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998) estabelece penalidades para quem abusa, maltrata, fere ou mutila animais. Veterinários que realizam a cordectomia sem indicação clínica violam essas normas, respondem criminalmente e enfrentam sanções ético-disciplinares. As autoridades também responsabilizam os tutores que submetem seus animais a esse tipo de mutilação, processando-os criminalmente e aplicando as devidas multas.

Cordectomia é Mutilação: Efeitos Colaterais e Sofrimento Animal

A cordectomia pode gerar diversas complicações a saber:

  • Problemas respiratórios devido à alteração anatômica da laringe;
  • Dor crônica no local da cirurgia;
  • Tosse persistente e acúmulo de secreções;
  • Alterações comportamentais, como ansiedade, medo e frustração por não conseguir se comunicar naturalmente.

Esses efeitos demonstram que o sofrimento causado pela mutilação é atroz, nada podendo justificar essa prática abjeta.

Soluções Éticas para o Latido Excessivo: Cordectomia é Mutilação

Existem alternativas eficazes e humanitárias para lidar com o latido excessivo, sem recorrer à mutilação:

  1. Identifique a causa dos latidos: Cães latem por medo, ansiedade, tédio, dor ou até proteção territorial.
  2. Educação e adestramento positivo: Comandos como “quieto” podem ser ensinados de forma amorosa e recompensadora.
  3. Exercícios físicos e estímulos mentais: Caminhadas diárias, brinquedos interativos e enriquecimento ambiental reduzem a inquietação. Um animal confinado sem qualquer estímulo ou atenção, tende a sofrer de estresse e ansiedade.
  4. Atenção ao ambiente e à rotina: Mudanças no lar ou solidão prolongada podem ser gatilhos comportamentais, preste atenção, o problema pode ser a falta que sente de você.
  5. Acompanhamento profissional: Em casos persistentes, a consulta com um veterinário comportamentalista é a melhor alternativa.

Pode Ser Indicada

Embora a cordectomia seja, em sua maioria, uma prática condenável e proibida por lei, existem situações clínicas específicas em que o procedimento pode ser necessário e eticamente justificável. Casos como:

  • Tumores nas cordas vocais ou na laringe, que comprometem a respiração ou a deglutição do animal;
  • Lesões graves ou irreversíveis nas cordas vocais, oriundas de traumas ou infecções;
  • Obstruções respiratórias crônicas, quando todas as alternativas terapêuticas menos invasivas foram esgotadas.

diagnóstico e documentação clínica que justifiquem a intervenção. Nesses casos, o profissional realiza o procedimento com o único objetivo de preservar a vida e o bem-estar do animal. Ainda assim, ele deve agir com máxima responsabilidade, garantir o acompanhamento pós-operatório adequado e seguir, rigorosamente, todas as normas éticas e legais da medicina veterinária.

Por outro lado, nenhum profissional deve autorizar o procedimento por capricho do tutor ou simples incômodo com os sons naturais emitidos pelo animal. Essa motivação configura um ato cruel e criminoso. Submeter um cão ou gato a uma cirurgia mutilante apenas porque vocaliza demais é um ato de crueldade, considerado crime de maus-tratos conforme a legislação brasileira. Por fim, animais têm o direito à comunicação, e silenciá-los à força é uma violação grave desse direito.

Conclusão

Portanto, submeter cães e gatos à cordectomia por conveniência estética ou por incômodo com latidos é um ato de crueldade injustificável. Ademais, não há qualquer justificativa plausível para essa prática. Trata-se de uma mutilação que compromete a saúde, a comunicação e o bem-estar dos animais, se configurando em flagrante maus tratos. Tanto tutores quanto profissionais que realizam o procedimento podem ser responsabilizados civil e criminalmente. O caminho mais humano e eficaz está na empatia, no treinamento adequado e no respeito à natureza de cada animal.

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Fonte: JusBrasil