O Parque do Ibirapuera, um dos principais cartões-postais da cidade de São Paulo, guarda em seu passado uma história pouco conhecida, a existência de um cemitério de animais. Este local, que funcionou por décadas, é um testemunho do carinho e respeito que os paulistanos, já naquela época, tinham por seus animais de estimação.
A Origem do Cemitério de Animais
Em 1929, a União Internacional Protetora dos Animais (UIPA), fundada em 1895, estabeleceu-se na antiga Rua França Pinto, onde hoje está a Avenida IV Centenário. No local, foram construídos o primeiro hospital veterinário e um cemitério de animais da cidade. A área total do complexo era de aproximadamente 13.200 metros quadrados, ou seja, bastante grande, incluindo também um abrigo para animais abandonados.
UIPA: A Mais Antiga Instituição de Proteção Animal do Brasil
A União Internacional Protetora dos Animais (UIPA), fundada em 1895 em São Paulo, conquistou reconhecimento como a mais antiga entidade dedicada à proteção animal no Brasil e uma das pioneiras na América Latina. Portanto, com mais de 125 anos de história, a UIPA se destacou desde o início na luta contra os maus-tratos, resgate, proteção, bem como na difusão dos direitos dos animais. Assim, sua atuação contínua e engajada influenciou políticas públicas, inspirou a criação de outras organizações e consolidou sua reputação como referência nacional em bem-estar animal.
O Funcionamento do Cemitério de Animais
O cemitério de animais foi criado para oferecer um local digno de descanso final para animais de estimação da cidade. Os túmulos variavam em estilo e tamanho, alguns tão elaborados quanto os tradicionais túmulos em cemitérios de humanos. Portanto, famílias que desejavam homenagear seus animaizinhos encontravam ali um espaço adequado para isso.
A Desapropriação e o Fim do Cemitério de Animais
A inauguração do Parque do Ibirapuera em 1954 valorizou intensamente a região, por isso, muitas pessoas passaram a considerar a presença do cemitério inadequada.
Finalmente, em 1972, por determinação do prefeito da época, a área foi desapropriada, e a UIPA transferida para a Marginal Tietê, onde está até hoje. Infelizmente, durante esse processo, as autoridades destruíram a maioria dos túmulos, restando apenas dois que ainda permanecem no parque e passam completamente despercebidos pela maioria dos frequentadores assíduos.
Os Túmulos Remanescentes
Túmulo do Pastor Alemão de Nome “Fiel”
Próximo a um dos restaurantes do Parque, há uma imponente cruz de pedra, marcando o túmulo de um pastor alemão chamado Fiel. A estrutura, com cerca de três metros de altura, é um dos poucos vestígios do antigo cemitério e chama a atenção de quem passa pelo local. Infelizmente, alguém subtraiu a placa com as informações e os dizeres.A cruz de pedra está localizada próxima à pista de cooper, entre os portões 4 e 5 do parque
Túmulo do Cão de Nome “Pinguim”
A poucos metros da cruz, encontra-se um pequeno obelisco de pedra em meio a vegetação, marcando o túmulo de um cão chamado Pinguim. A inscrição na lápide diz: “Ao nosso fiel amigo Pinguim. Nascimento: 5-3-1937. Morte: 5-6-1946. Eternas saudades. Dos seus donos Nina e Nice.” Assim sendo, este túmulo é um testemunho ao longo de décadas, do amor e dedicação dos tutores por seu animal de estimação, o Pinguim.
A Importância Histórica
A existência do cemitério de animais no Parque Ibirapuera é um capítulo significativo na história da cidade de São Paulo, mais que isso, é o retrato de uma época.
Desta forma, o cemitério reflete, ainda nos tempos atuais, a relação afetiva entre os paulistanos e seus animais, além de destacar a atuação pioneira da UIPA na proteção e cuidado dos animais.
Visitação e Preservação
Atualmente, os visitantes podem conhecer os dois túmulos remanescentes no parque, localizados próximos ao portão 5, entre a pista de cooper e o restaurante ‘Selvagem’.
Apesar da ausência de sinalização oficial, os monumentos preservam a memória de uma época em que as pessoas homenageavam seus animais de estimação com respeito e carinho.
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Fonte: Aventuras na História
